18 de mar. de 2012

Analise: Fatal Frame




Ano de Lançamento: 2001
Desenvolvido por: Tecmo.
Publicado por: Tecmo.
Gênero: Horror/Survival.

Fatal Frame foi lançado em 2001 para o Playstation 2 e X-Box. É muito comum games do gênero horror/survival tentarem copiar as principais características de Resident Evil e Silent Hill, mas a Tecmo tinha planos diferentes para Fatal Frame. Além de abusar de uma jogabilidade bastante original Fatal Frame toma fôlego no melhor estilo de terror já feito em Hollywood, o japonês. Mas não foi apenas a qualidade do game que ajudou a manter o interesse dos jogadores. Fatal Frame foi baseado em uma história real, ou pelo menos parcialmente real. A mansão Himuro, local onde acontece o game realmente existe, bem como a família que lá viveu. No entanto há lendas urbanas sobre acontecimentos e ritos atípicos praticados pela família Himuro. É justamente nesses eventos que a genial trama de Fatal Frame é baseada. Mesmo que não seja real, a história é incrível.
A história do game começa quando um famoso novelista chamado Junsei Takemine desaparece enquanto fazia pesquisas para sua próxima obra. Então o jovem Mafuyu Hinasaki, um aspirante a jornalista, resolve investigar o caso. Suas buscas o levam a acreditar que Takemine desapareceu na famosa mansão Himuro, onde se acredita que houve um massacre. Ao procurar por Takemine, Mafuyu também desaparece. Nove dias após o sumiço de Mafuyu a sua irmã, Miku Hinasaka, decide procurar por Mafuyu na mansão Himuro. Agora no controle de Miku você deverá procurar por Mafuyu, ao mesmo tempo em que descobre os segredos mais obscuros por trás da mansão Himuro.

Os fantasmas estão à solta.



Em vez de zumbis ou criaturas demoníacas em Fatal Frame sua única preocupação será espíritos que habitam a mansão. Fatal Frame não foge da mecânica básica de games deste gênero. Você deve sobreviver a um ambiente perigoso, repleto de fantasmas e muitos cômodos para investigar. A leitura de documentos e anotações será constante ao longo do game. É através dos muitos textos que as lacunas do enredo são preenchidas, além de também servir para encontrar pistas que serão de grande ajuda na solução de muitos puzzles no game. No entanto a grande sacada do título está na mecânica de combate. A única arma que Miku possui para se defender dos fantasmas é uma máquina fotográfica: a Obscura. Essa máquina tem o poder de enfraquecer e prender espíritos em seu filme; há filmes usados apenas para investigar aposentos, outros para derrotar fantasmas mais chatos e até filmes que são usados especialmente para os chefes, pois possuem maior poder de ação sobre as almas. A câmera tem uma mira em forma de lente, sendo que quanto melhor o enquadramento mais danos você causa ao oponente. Há também o tempo em si que você leva para tirar a foto, que faz acumular mais danos ao fantasma. É importante causar mais pontos de danos possíveis, pois permite acumular pontos de experiência que são usados para aumentar o campo de enquadramento da câmera, o limite de filmes e o tempo que leva para carregar; você também pode habilitar funções especiais, como repelir fantasmas, fazer com que se movam mais devagar e paralisá-los. Por esso motivo é preciso valorizar o modo como você fotografa, pois quanto mais certeira for à foto mais pontos de experiência se acumula. Apesar do sistema de combate simples de executar ele nem sempre é fácil. À medida que você avança os fantasmas ficam mais rápidos e agressivos e atacando em trio ou mais. Os chefes exigem precisão do jogador, pois é muito melhor quando os matamos mais rapidamente. Ao usar a máquina você passa a mirar com analógico esquerdo e a caminhar com o direito. Nos momentos de combate a lentidão de Miku prejudica bastante e alguns inimigos tiram uma boa quantidade de energia em seus ataques. Os controles também às vezes ficam impraticáveis devido à inversão ocorrida nos analógicos, mas com um pouco de prática você logo se acostumará a isso.
A câmera não serve apenas para detonar assombrações, mas também é um excelente guia nos momentos de exploração. No canto da tela você tem uma barra de filamento que brilha quando há algo incomum por perto; se ficar vermelha é por que um fantasma se aproxima de Miku, se ficar azul indica que algum ponto no cenário deve ser investigado. Esses pontos azuis significam que o jogador deve tirar uma foto do local para que seja revelada uma pista do que deve ser feito em determinado aposento, revelando o local onde você poderá achar alguma chave ou algum item importante, por exemplo. Isso acontece a todo o momento, por isso os filmes de investigação podem ser recarregados sempre que você for salvar seu jogo. Nem todos os fantasmas da mansão vão tentar matar Miku do coração (já o jogador, talvez!). Alguns surgem para guiar Miku e até deixam mensagens que a ajudaram na progressão do game. A exploração segue sem percalços, mas há algumas falhas. A mais grave delas está no sistema de câmera, que muda de ângulo conforme a movimentação do personagem. Entendemos que tomadas dramáticas ajudam a criar um clima mais tenso no jogo, mas esse tipo de visão resulta em situações de total desorientação do jogador, fora o fato da mudança na direção de Miku nos controles.

Não é preciso dizer que Fatal Frame é um jogo pesado e nada indicado para pessoas que se assustam fácil. Em Resident Evil e Silent Hill os sustos são constantes, mas são previsíveis, e nada que jogar uma ou duas vezes façam você decorar em que parte vai acontecer algo inusitado. Já Fatal Frame se beneficia do elemento surpresa, em outras palavras, você dificilmente tomará o mesmo susto duas vezes em um mesmo lugar. Digamos que você estava passando por uma escada e um fantasma surgiu de forma inesperada. Você lutou bravamente, mas morreu! Saiba que ao passar nesse corredor de novo o fantasma que te assustou não estará lá novamente. Não adianta tentar evitar, há uma sensação incomoda que nenhum jogo criou até hoje, como se você estivesse sendo observado e seguido a todo tempo. Essa adrenalina às vezes deixa o jogo mais tenso do que deveria, e acredite, é um sentimento muito difícil de criar dentro de um jogo. Os ruídos que os espíritos produzem e o sistema de vibração do Dual Shock ajuda a completar a sensação de pânico que o jogador experimenta em Fatal Frame. Esse clima é muito forte na introdução e nos dois primeiros capítulos do jogo. Mas a partir do terceiro capitulo o ritmo do jogo muda um pouco. O bom equilíbrio entre puzzles, exploração e combates muda para um sistema de achar itens que estão guardados por inimigos e correr de fantasmas. O elemento surpresa se torna menos impressionante por conta do exagero de combates, substituindo o medo de tomar um susto pelo medo de dar game over sem salvar seu progresso. Claro que isso não chega a prejudicar o game como um todo, mas seria mais interessante se a qualidade dos sustos ficasse intacta até o fim.

Arte oriental.


Mesmo sendo um jogo das primeiras safras do Playstation 2 Fatal Frame já apresentava uma qualidade que dava inveja nos concorrentes. Parte da beleza gráfica deste jogo está no seu visual atípico oriental. Toda a cenografia usa elementos típicos do Japão; arquitetura, decoração, figurino, visual, está tudo muito fiel. Os ambientes em sua maioria são destruídos a carregado de decorações macabras, o que acaba criando uma ambientação mais tensa ainda. A mansão possui quartos, jardins, varandas e tudo mais. O que mais impressiona em Fatal Frame é a interação da sombra com a iluminação, que muda de posição conforme a luz age sobre ela. A mansão é sempre muito escura e Miku conta apenas com uma lanterna para clarear uma parte de seu caminho. Os personagens apresentam uma modelagem bem polida e bom acabamento. Em algumas situações fica visível que as expressões fáceis por vezes soam muito artificiais, mas não chegam a prejudicar o trabalho final. Também é inevitável reparar que a animação dos protagonistas quando correm parece um tanto travada a todo tempo. Os fantasmas também estão bem trabalhados e com animações de gelar a espinha, mas mesmo eles também trazem animações mal acabadas, como a fantasma da garota de pescoço quebrado, que não consegue convencer muito bem, apesar de que a idéia é muito boa. As cenas não interativas constroem os momentos mais perturbadores da jornada. Ao longo do jogo Miku terá muitas visões dos acontecimentos macabros da moradia dos Himuro. Essas cenas são apresentadas em preto e branco e passam aquela mesma sensação incomoda de todo o resto do game. A imersão que o jogador experimenta em Fatal Frame é das mais pesadas já vistas em um jogo do estilo. Os efeitos sonoros ajudam a completar esse sentimento. Os fantasmas produzem ruídos angustiantes, é comovente enfrentar o fantasma de uma moça que fica gritando constantemente “My Eyes”. A tecmo conseguiu criar espíritos que traduzem ao jogador o sofrimento que viveram durante a sua morte. Há músicas também, que conseguem continuar o clima de terror de todo o resto. A maioria é de um arranjo fantasmagórico e arrepiante.

Um concorrente a altura.

Com tantos games de horror/survival surgindo no mercado fica difícil acreditar que eles
realmente tentam adicionar algo ao gênero, a maioria tenta copiar descaradamente o que Resident Evil e Silent Hill já fazem tão bem. Mas Fatal Frame é um caso diferente. É um jogo indiscutivelmente brilhante, que conseguiu criar uma ambientação original, uma trama forte e aterradora, e ainda consegue brilhar em um campo que poucos jogos do gênero conseguiram: nos combates. É notável que o jogo trouxe algumas falhas típicas do horror/survival, como uma câmera que desorienta o jogador e controles um pouco travados. Há alguns problemas com algumas animações aqui e ali, mas o trabalho artístico camufla esses detalhes técnicos. Mas são quesitos mínimos diante de uma produção tão interessante. Fatal Frame não assustou apenas os fãs, mas também a concorrência com uma qualidade excepcional. Após concluir o game pela primeira vez, o que leva em média 15 horas, ainda há muitos extras; incluindo um final alternativo. Se você tiver coragem eu aconselho a jogar Fatal Frame com a luz apagada e a noite, somente assim você vai entender e curtir toda a experiência singular que este jogo tem a oferecer.
Notas:
- Gráficos: 8.5
- Audio: 10.0
- Jogabilidade: 8.0
- Enredo: 10.0

Aprovado:

- Um enredo tenso, cheio de mistérios e baseado em alguns fatos reais. Consegue manter o interesse no jogo sem esforço algum.
- Sistema de combates inovador. Você usa uma máquina fotográfica para exorcizar os espíritos. Também usamos a câmera para decifrar pistas nos cenários e progredir no jogo.
- Clima de terror bem trabalhado e detalhado. Promete deixar o jogador tenso como nunca.
- Trabalho artístico magnífico. Totalmente inspirado nos temas orientais.

Reprovado:

- Sistema de câmera falho. Prejudicam a orientação do jogador a todo o momento.
- Animação dos personagens travadas em alguns momentos.
- Jogabilidade lenta e travada.

9 comentários:

  1. Ta aí um jogo que eu não conhecia.
    Pela análise parece muito assustador e legal de ser jogado.
    Gosto de jogos deste gênero, mas confesso que tenho medo de joga-los, fico muito tenso, aterrorizado.
    Já os filmes de terror, nossa, como eu odeio essas coisas, não tenho medo, mas me sinto mau, parece que... que... não sei explicar. Mas tenho medo de um filme específico, mas não posso dizer (senão alguém pode acabar rindo de mim).
    A análise ficou ótima, vou fazer o download desse jogo hoje mesmo e vou testa-lo (mas não prometo que vou zera-lo)
    VLW

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    1. Oi vinicius bom eu gosto de jogos desse genero e tb tenho medin di fimel abe num e medo mas seila tipo quando vo no banheiro de noite sabe então manda ai seu msn pra nois conversa ?

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  2. Estou jogando este jogo atualmente e de fato comprovo que ele muito assustador mesmo. Fico de boca aberta com o nível do jogo, já que ele foi lançado a muito tempo.
    A única coisa que não gostei nele, foi alguns puzles que estão em kanji ou é mandarin, eu não saco nada ai tá difícil avançar.

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  3. Deve ser a questão dos números no tabuleiro das portas. É simples.... o tabuleiro vai de 0 a 9... basta contar em sentido anti-horário... os códigos vc encontra nos textos coletados ao longo do jogo!

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  4. Lipe Vasconcelos é isso mesmo! essa questão da numeração como você disse, os combinações eu encontrei nos files, mas fiquei perdido na hora de colocar na porta devido o idioma, mas dei uma olhada na tradução em um site e consegui...
    Eu apenas fiquei contrariado por que não queria depender da net para detonar um jogo sabe...

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  5. porque vcs nao fazem uma analise de fatal frame 3 que tambem tem pro ps2? Anônimo(MARCOS)

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  6. Nunca joguei mais já joguei o 2 e o 3 e gostei então vou jogar esse daí também

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  7. Nunca joguei mais já joguei o 2 e o 3 e gostei então vou jogar esse daí também

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